E por falar em saudade... Onde anda você?

E o tic-tac do relógio é tudo o que ecoa no quarto escuro e parcialmente vazio.
Talvez assim eu seja no terminar da noite e começar do dia: Vazia.
Vazia ou provisoriamente estática; Sem ação e reação. Simplesmente eu, parada no nada, esperando a hora passar.
No pensamento mil coisas vão e vêm...
A verdade é que sou intensa demais e não há nada que dê jeito nisso.
Sofro dores que não são minhas, vibro alegrias que não me pertencem, morro de saudade do que acabo de ter...
E por falar em saudade onde anda você? Cadê seus olhos que os meus não encontraram hoje por ai?
Onde anda esse corpo que me aqueceu? E o coração, como vai esse coração?
Esse mesmo que quis me entregar dias atrás; O que fez com ele?
Tu te contradiz ao querer tanto alguém e sumir.
Aquela canção não tocou mais, aquela em que dizia tudo o que queria me dizer, mas sem coragem cantarolava pra mim.
E nessa rotina bandida, vida boémia de bar em bar que apesar dos pesares sempre me traz você de volta.
Mas hoje não, nem ontem. Você não volta mais? Talvez amanhã... Quem sabe? Você sabe. Só você pode saber mas não quer, ou parece não querer.
Na cabeça uns pileques a mais, imagens distorcidas, mas os pensamentos todos em ordem e o raciocínio rápido como sempre.
Voltei pra casa, mais um final de noite. Sozinha. Confiro o celular, nenhuma ligação perdida nem achada. Nada.
Deitei, e o tic-tac do relógio é tudo o que ecoa no quarto escuro e parcialmente vazio.