quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vento frio.



Eu respirei fundo e fui até a porta, ao abri-la um vento muito forte esfriou totalmente minha pele... Não era você que me esperava do lado de fora, aliás, não era você, nem ninguém.
Com passos vagarosamente contados na rua deserta, eu vi fragmentos de memórias, saudades;
A minha mão no bolso da jaqueta suava o frio que viveu dentro de mim. Ontem minha mão suava aquecida pela sua mão.
Um cigarro, outro, a fumaça me fez companhia, mas como você ela dançou para longe com o vento...
Ah esse vento frio que me faz tremer, antes tremia de emoção e também de ansiedade, e eu só estava tremendo de frio.
Manhãs, tardes e noites esperando te ver chegar. Te procurando em todos os lugares. Te comparando com rostos que passavam por mim na rua.
Até seu perfume eu senti no ar... E sua voz? Meu Deus essa voz ecoa na minha cabeça.
Eu já quis te tirar de mim, mas você não sai, não sai e nem vai sair.
Eu acordo mais um dia, respiro fundo e vou até a porta, tanto faz, será mais dias frios, mais dias quentes, serão mais cigarros, mais procuras, mais esperas, até que a nossa hora chegue...
E aí então eu estarei sem palavras, pronta com um beijo, com os braços á espera desse abraço que me livra desse outono torturante.

2 comentários:

  1. Com passos vagarosamente contados na rua deserta, eu vi fragmentos de memórias, saudades;
    A minha mão no bolso da jaqueta suava o frio que viveu dentro de mim

    UAU! arrepiei
    Belooo texto Dri "-"

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